segunda-feira, 20 de junho de 2011

Achando que sofrer...


Fiz esse blog no momento mais solitário da minha vida: quando morava sozinha, em uma cidade totalmente nova pra mim e, sinceramente, difícil de me adaptar. Mas o ponto não é minha dificuldade de se conformar com a minha localização espacial. O foco está na minha eterna solidão dentro de situações que poderia chamar paradoxais. Sinceramente, apesar do que uma maioria pensa, eu gosto de solidão. Solidão é diferente de indiferença. A concepção de se sentir sozinha , para mim, é ser independente de qualquer pessoa, mas , dentro de um limite de modéstia e,diria, altruísmo, eu não sou indiferente a ninguém, apesar de muitas pessoas merecerem. Eu sinto que não devo depender e nem esperar nada de ninguém, mas nem por isso eu deixo de ajudar a quem precisa de mim.Pronto, é esse meu ponto de partida. O que acontece agora é que anda me incomodando essa 'minha eterna solidão dentro de situações que poderia chamar paradoxais'. Há pessoas muitos especiais ao meu redor e que me fazem um bem indescritível, mas insisto em pensar que não posso confiar e muito menos depender delas.Aí me sinto sozinha, incapaz de acreditar que pessoas que te fazem bem o faz porque realmente querem e gostam de ti. Acreditar nisso, para mim, é como se fosse pura inocência.Prefiro o Maquiavel a Rousseau, é isso. Queria muito poder ser diferente, depositar confiança naqueles que me fazem bem, não ter dificuldade de me expressar verbalmente e diretamente. E como tudo meu acaba em música, tá aqui a conversa mais direta que Marcelo Camelo teve comigo inconscientemente

Senta aqui que hoje eu quero te falar
Não tem mistério, não
É só teu coração
Que não te deixa amar
Você precisa reagir
Não se entregar assim
Como quem nada quer
Não há mulher, irmão, que goste desta vida
Ela não quer viver as coisas por você
Me diz, cadê você ai?
E ai, não há sequer um par pra dividir

Senta aqui, espera que eu não terminei Pra onde é que você foi Que eu não te vejo mais? Não há ninguém capaz De ser isso que você quer Vencer a luta vã E ser o campeão Pois se é no "não" que se descobre de verdade O que te sobra além das coisas casuais Me diz se assim está em paz? Achando que sofrer é amar demais